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Indústrias Extractivas

Extracção de hulha, lenhite, petróleo bruto, gás natural e outros. Extracção e preparação de minérios metálicos.

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A extracção de pedra perdeu um cliente: A calçada portuguesa

11 de Agosto de 2019 by Diogo Pinheiro Deixe um comentário

Quando a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou o Plano de Acessibilidade Pedonal que de entre muitas medidas, prevê a retirada da calçada portuguesa por “motivos de segurança”, não deverá ter pensado muito numa das aplicações de uma actividade importante da economia portuguesa, a extracção de pedra. A extracção de pedra em Portugal assume uma razoável importância económica e por consequência social. Indústria geradora de riqueza e de emprego, a exploração das pedreiras portuguesas resultam na extracção de muita pedra. Uma parte considerável desta pedra extraída é, posteriormente, exportada. Sobretudo o mármore que parece recolher uma importante legião de fãs no Médio Oriente. A extracção de pedra é um processo de mineração. As pedreiras situam-se, maioritariamente, junto de serras e zonas rochosas. No entanto, este processo é a céu aberto porque, normalmente, não é necessário abrir grandes profundidades para extraír pedra. Os tipos de pedra mais comumente extraídos são o arenito, a ardósia, o calcário, o granito, o mármore, o basalto e a coquina. Estes tipos de pedra podem ser aplicados em diversas actividades. Os usos a dar a tanta pedra são inesgotáveis. Desde a construção civil a artes decorativas e pavimentos. Na verdade, a tão badalada calçada portuguesa que se pretende retirar é feita com calcário e basalto. As estátuas que erguemos em homenagem às nossas figuras também. Os quadros onde aprendemos a fazer contas de somar e a ler são feitos a partir da ardósia. As casas onde vivemos também têm pedra algures, seja como forma decorativa ou mesmo na própria estrutura.

Perigos da extracção de pedra

Extraír pedra é uma actividade que pode levantar alguns riscos para os trabalhadores. Os riscos vão um pouco para além de lhe caír um bloco de pedra na cabeça. Para além dos possíveis desprendimentos de pedra, a serração da pedra liberta muito pó de sílica que pode provocar silicose, uma grave doença pulmonar. O elevado ruído da actividade é também uma preocupação com que os trabalhadores têm que lidar, assim como a vibração da maquinaria que opera que pode provocar problemas vasculares, neurológicos, musculares ou arteriais. O calor a que os trabalhadores estão expostos pode causar desidratação. Há sempre o risco associado a quedas, ao manuseamento de material explosivo necessário à actividade, já para não contar com os acidentes gerais. Claro, que existe todo um protocolo de segurança e os trabalhadores tomarão as devidas precauções, mas ainda assim continua a ser uma actividade de risco.

E no fim?

As pedreiras apesar de não serem propriamente o pináculo da beleza, têm qualquer coisa que prende o olhar. Quando deixam de ser exploradas para mineração é comum encherem-se com água, tornando-se em lagos ou lagoas. No entanto, há excepções como a Ópera de Arame. Em Coritiba, no Brasil, uma antiga pedreira chamada Parque das Pedreiras deu origem a uma atracção turística que engloba mesmo um teatro. Há outros exemplos como um Hotel em Shangai ou um recinto para espectáculos ao ar livre também no Brasil.

Apesar dos riscos inerentes à actividade, a extracção de pedra é uma actividade necessária ao desenvolvimento do ser humano e do seu modo de vida.

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A formação das argilas e os benefícios para a pele

20 de Julho de 2019 by Diana Cordeiro Deixe um comentário

As argilas fazem parte da constituição mineralógica de partículas físicas dos solos, junto com as partículas de silte e areia.

No solo essas partículas estão intimamente misturadas. Para podermos quantificar o teor de argila, silte e areia de um solo, devemos proceder a separação dessas partículas. A separação das argilas que constitui os solos dá-se pelo processo de dispersão, mais conhecido por dispersão de argilas.

É um produto resultante da alteração de rochas silicatadas, sendo uma mistura de vários minerais: caulinite, ilite e montemorilonite. As suas principais características são a sua coerência, a sua secura e o seu estado plástico quando entra em contacto com a água.

A expansão das argilas dá-se através da absorção de água. Quando têm água em excesso ocorre a sua degradação, perdendo a argila e a sua compactação e originando suspensão de partículas. Quando a argila se encontra em contacto com a pedra calcária originam-se margas.

Estas contêm cerca de 35 a 65% de argila, apresentando cor acinzentada. A argila é a principal matéria-prima da indústria cerâmica. O processo de cozedura da argila origina uma massa muito resistente a nível químico.

Para além de serem a principal matéria-prima da indústria da cerâmica, são também muito utilizadas para tratamentos de beleza. Entre os benefícios para pele das argilas, está seu poder de prevenir os efeitos do tempo, limpar, esfoliar e tirar manchas superficiais. Ajuda ainda a acalmar inflamações e ativar a circulação superficial, melhorando a vitalidade da pele.

Existem vários tipos de argila, cada uma possui diferentes substâncias que dão qualidades especiais a elas:

argilasBranca: Clareadora

Indicada para peles sensíveis e desidratadas, possui pH muito próximo ao da pele e é a mais suave de todas. Apresenta efeitos clareador, cicatrizante a anti-inflamatório.

Amarela: Tensora

Ela aumenta a elasticidade da pele, combate e retarda o envelhecimento, tem bom efeito tensor e reduz rugas e inflamações.

Vermelha: Redutora

Esta argila é própria para peles sensíveis e rosadas. Quando misturada com a Branca, transforma-se na Argila Rosa, mais suave e com ação desinfetante e cicatrizante.

Verde: Adstringente

Esta é a argila ideal para quem tem pele oleosa ou jovem. Tem ação bactericida e cicatrizante. Rica em cálcio, magnésio e potássio, substâncias capazes de clarear manchas, controlar a oleosidade, hidratar, prevenir os sinais de envelhecimento e ainda reduzir os poros abertos, a argila verde possui ação absorvente, que deixa a pele livre das impurezas provocadas por fatores ambientais, como a poluição.

Marrom: Revitalizadora

Com efeitos purificantes, adstringente, cicatrizante e tonificador, esta é uma argila mais rara devido a sua pureza.

Preta: Desintoxicante

Também conhecida como Lama Negra ou Vulcânica, é a mais nobre de todas as argilas e muito utilizada para a desintoxicação da pele, principalmente as oleosas. Melhora a circulação sanguínea, prevenindo a artrose.

Argila dourada

A argila dourada tem ação tonificante e é indicada para peles maduras e cansadas.

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Mas agora é tudo feito de contraplacado?

20 de Junho de 2019 by Diana Lopes 1 comentário

Costuma-se dizer que os móveis de hoje são todos feitos de contraplacado que o fabrico de móveis em madeira maciça ficou no passado ou que são caríssimos. Mas será o contraplacado assim tão mau? E como é o seu processo  de fabrico?

Mas afinal o que é o contraplacado?

O contraplacado, é uma espécie de painel feito a partir de folhas coladas umas sobre as outras e posteriormente prensadas, fazendo deste painel, um painel rígido. Este painel é constituído por 3 elementos diferentes, designados por folha, alma e cola.

O elemento folha

A folha que se aplica no processo de fabrico de contraplacados obtêm-se graças ao desenrolamento da madeira de um toro que é cortado de forma a ficar mais achatado. As folhas, são a parte de madeira que os contraplacados apresentam.

O elemento alma

A alma é a camada central do contraplacado, de espessura superior à das folhas que a revestem, e que é formada por painéis de blocos, painéis de fibras, desperdícios de cortiça, lã de vidro, entre outras coisas.

O elemento cola

A cola é o que vai ligar as folhas entre si e à alma.

O produto final

O contraplacado são placas que se constroem a partir de folhas de madeira natural fina, por processos que evitam deformações. A partir dos toros de madeira, cortam-se camadas finas que se designam por folhas.

Estas são cortadas em determinadas dimensões e sobrepostas com o fio alternadamente cruzado, de forma a serem coladas com resinas sintéticas e sob fortes pressões, em prensas especiais, sendo o número de camadas sempre ímpar de forma a se obter uma estrutura simétrica.

O contraplacado, possibilita o uso quase integral de ramos, lenhas e toros de pequeno diâmetro produzido pelas matas, os desperdícios de madeira, as aparas e as serraduras provenientes das serrações, o que torna este material sustentável e ecológico.

Com o uso de máquinas específicas e com um processo eficiente de corte, obtém-se painéis de contraplacado, que apresentam grande resistência à flexão e às deformações por empeno, graças à disposição cruzada das fibras de camada para camada.

Estes painéis são fáceis de trabalhar e tornam-se muito mais económicos do que a madeira maciça.

A ideia de que o contraplacado não é um bom material é errada. É importante e atualmente ainda mais, ter formas de fabrico de materiais onde haja uma preocupação a nível ambiental e de sustentabilidade. É possível obter móveis e outros objetos de contraplacado esteticamente tão apelativos como os de madeira maciça e tão ou mais resistentes que estes.

Além disso, hoje em dia o conceito de mobília para a vida já não faz tanto sentido e a facilidade de alterar a decoração da casa sem gastar muito dinheiro é algo que atrai cada vez mais pessoas, sendo que o contraplacado permite esta nova tendência.

Pense de forma mais ecológica, o planeta agradece.

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Abrir uma garrafa de vinho: A perfeição das rolhas de cortiça

23 de Maio de 2019 by Diana Lopes Deixe um comentário

As rolhas são produzidas através da cortiça que se extrai do sobreiro. Usadas para vários fins durante vários anos, as rolhas de cortiça continuam a não ter um substituto à altura.

Extração da cortiça

rolhas de cortiçaA cortiça não é mais do que a casca do sobreiro que é extraída a cada nove anos, entre os meses de Maio e Agosto. A matéria-prima das rolhas, a cortiça, é retirada em forma de pranchas e onde para cada sobreiro é possível extrair uma média de 50 kg de cortiça.

São as pranchas mais finas que servem para a produção de rolhas chamadas de rolhas técnicas. As pranchas de cortiça de melhor qualidade, mais grossas e menos rugosas, depois de repousarem meio ano e de serem submetidas a vários tratamentos, dão origem ás rolhas naturais, usadas nos melhores vinhos. 

Características da cortiça

A cortiça é formada por células de suberina, preenchidas com um gás semelhante ao ar, que faz com que a cortiça  tenha características únicas, como:

  • leve;
  • fácil de comprimir;
  • impermeável a líquidos e gases;
  • isolante de umidade e som.

Apesar da cortiça ser das matérias-primas mais versáteis, cada sobreiro demora 25 anos até poder ser descortiçado pela primeira vez e só a partir do terceiro descortiçamento a cortiça tem a qualidade exigida para a produção de rolhas.

As duas primeiras extrações resultam em matéria-prima para isolamento, pavimentos e outros fins. Isto significa que, para produzir cortiça de qualidade para rolhas, cada sobreiro necessita de mais de 40 anos.

Como se fazem rolhas

Após o período de repouso, as pranchas são separadas. Algumas pranchas de cortiça permitem a extração de rolhas inteiras, outras são usadas para rolhas feitas a partir de várias pranchas.

A cortiça do primeiro e segundo descortiçamento, sem qualidade para a produção de rolhas e a que é extraída da base do sobreiro, será triturada e dará origem a outros produtos para a construção, a aeronáutica, a moda e o design.

As rolhas naturais

As pranchas destinadas às rolhas naturais são cortadas em tiras e perfuradas com uma broca extraindo-se as rolhas cilíndricas. Cada cilindro é uma rolha inteira, resultante de um processo manual ou semiautomático de grande precisão. 

Posteriormente, as rolhas são separadas mecanicamente e fotografadas por computador que as classificam com base na qualidade visual. Muitos dos subprodutos desta fase são aproveitados para o fabrico de granulado de cortiça e utilizados nas chamadas rolhas técnicas. Apenas cerca de 25% da cortiça se destina ao fabrico das rolhas naturais.

Cada lote de rolhas que é produzido é submetido a análises rigorosas para garantir a qualidade.

Na fase final, as rolhas naturais são polidas e lavadas numa solução aquosa de peróxido de hidrogênio, secas em fornos industriais e estabilizadas, de forma a evitar contaminações microbianas.

Tudo isto, para que possa abrir o seu vinho favorito!

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A extração do ferro da rocha. Como tudo acontece

10 de Maio de 2019 by Diana Lopes 8 Comentários

Nas minas, a extração do ferro ocorre depois que se encontre a chamada jazida. Aqui, é necessário separar o material útil do que se pode considerar lixo, como terra e outros materiais usados na construção das rochas. Uma vez que estamos a falar de rochas muitas vezes que pesam toneladas, as minas de extração do ferro necessitam de ter grandes dimensões.

Extração do ferro

Desde as pedras encontradas nas jazidas até ao ferro propiamente dito são necessárias máquinas especificas para este processo ocorrer sem problemas. A exploração do ferro é das indústrias de extração mais importantes e que necessitam de vários passos até que se obtenha o ferro que todos nós conhecemos.

Primeiros passos da extração do ferro

A primeira etapa é a extração propriamente dita, que pode ser feita com escavadoras que vão escavando a rocha ou  com recurso a explosivos no caso do ferro se encontrar longe da superfície. Depois deste passo, é necessário transportar o ferro até à superfície para que possa ser posteriormente preparado e vendido.

A preparação do ferro

O ferro encontra-se no meio da terra e de outros minérios sem valor. A esta parte sem valor econômico dá-se o nome de estéril e é empilhada em áreas próximas às minas de forma a causar o menor impacto ambiental possível. Para que isto aconteça, muitas vezes são plantadas árvores na terra estéril.

O restante minério em estado bruto chega à usina em grandes blocos, que são partidos pelas máquinas de britagem em pequenos fragmentos de 2 cm.

A separação do ferro

O minério que sai da máquina de britagem cai para uma peneira que possui telas de diferentes espessuras, permitindo a passagem apenas dos fragmentos até 2cm, eliminando os restantes. Esta fase do processo de extração do ferro é feita com a ajuda de água que retira o excesso de terra à volta do ferro. Além disso, para os fragmentos de menores dimensões são utilizados imanes que atraem o ferro para eles.

É importante referir que nesta fase do processo, mais de metade da água utilizada é posteriormente reciclada de forma a tornar a extração do ferro um método mais ecológico.

Passos finais

Depois de limpo, peneirado e separado por tamanho, o ferro segue para as máquinas empilhadeiras, que vai descarregando o ferro em pilhas de grandes dimensões para ser armazenado até necessitarem de ser transportados por comboios, o único meio de transporte viável na extração do ferro.

Após todo este processo, o ferro está pronto para ser utilizado para os inúmeros fins, como na indústria da construção, na produção de ligas metálicas, fabrico de linhas de caminhos de ferro, fabrico de bicicletas, indústria automóvel, entre tantas outras. O ferro é dos metais mais comuns encontrados no nosso dia-a-dia e onde se crê que já era utilizado nos anos 5000 a.C.

Tão antigo, podemos dizer que este metal tem uma saúde de ferro!

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Recursos minerais dos oceanos: tesouro inestimável

9 de Maio de 2019 by Marco Deixe um comentário

Recursos minerais em Portugal: potencialidades e vulnerabilidades

Apesar das suas pequenas dimensões, Portugal possui ampla riqueza de recursos minerais. A exploração mineira em Portugal remonta por isso aos tempos pré-Romanos, com registos de actividade extractiva por parte de Fenícios e Cartagineses, sem dúvida impulsionada pela riqueza da faixa piritosa ibérica. Também os Romanos possuíram na Lusitânia diversas minas, encontrando-se entre as mais famosas as de Valongo, na Serra da Santa Justa e Aljustrel, localidade ainda rica em pirites.

Já no século XX, Portugal possuía no início dos anos 90 um parque mineiro moderno, constituído por diversos empreendimentos recentes, mas as normas Europeias de acesso aos recursos minerais e a generalizada má imagem da exploração mineira levaram a um decréscimo da actividade extractiva, gerando não só um subaproveitamento dos recursos, como chegando-se a contabilizar perto de 200 minas abandonadas e a necessitarem de intervenção preventiva para não se tornarem riscos ambientais e para as populações.

A segunda década do Séc. XXI parece no entanto marcar um ponto de viragem, com o crescimento dos pedidos de extracção de minério chegados à Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG), com o ouro em grande destaque: as minas de Jales/Gralheira encontram-se em fase de prospecção para reabrirem após 20 de inactividade, e na Boa-Fé a exploração deve começar ainda em 2015.

Estima-se que até 2025, a extracção de recursos minerais em Portugal atinja os 2,5 mil milhões de Euros, cerca de 1% do PIB. Com a Europa no estatuto de importadora e a América Latina a dominar o mercado mundial, a mineralogia diversificada de Portugal é um investimento apetecível com amplas chances de sucesso, ainda que com sérias deficiências. Como dava conta há apenas dois dias o director-geral das minas de Aljustrel em edição do Correio do Alentejo, Portugal não possui fundições para transformar concentrado de cobre em cobre final. Como resultado, é primeiro necessário exportar o concentrado para voltarmos a importar o produto final, diluindo-se aí uma boa parte do lucro potencial.

Hoje em dia, no entanto, Portugal está na linha da frente dos países que olham para o mar à procura de novos recursos minerais.

Recursos minerais dos oceanos

Foi já entre 1872-1876, durante a expedição científica do HMS Challenger, que se determinou a ocorrência de nódulos polimetálicos (ou nódulos de manganês) na maioria dos oceanos terrestres, após a sua descoberta em 1868 no Mar de Kara. Tratam-se de nódulos de camadas concêntricas de ferro e óxidos de manganésio em torno de um núcleo e que podem ter entre 1 e 10cm.

Mais promissoras são as fontes hidrotermais, nas quais a Zona Económica Exclusiva (ZEE) Portuguesa é rica. Estudos prolongados das fumarolas negras permitiram concluir que este tipo de fontes formam grandes depósitos de sulfetos que contêm ouro, cobre, manganésio, zinco, e outros metais.

Ora Portugal tem a seu cargo a 3ª maior ZEE da Europa, e as recentes explorações da Plataforma Continental deram-nos a percepção de que para lá do pescado, os maiores recursos minerais nacionais estão ali mesmo no fundo do mar.

Manuel Pinto e Abreu, Secretário de Estado do Mar, declarava já em 2012 que as extracções de níquel, cobre e cobalto no fundo do mar podem atingir os 60 mil milhões de Euros ao ano, embora este número seja amplamente optimista. Estimativas mais conservadoras colocariam a exploração dos recursos minerais oceânicos, que incluem ainda ferro, prata, ouro e metais raros, além de gás natural e hidrocarbonetos, nos 20 mil milhões de Euros, catapultando o mar de 2-3% do PIB para 6-8% do PIB.

Como se minera no oceano

Desde os anos 60 que se conhecem as potencialidades dos fundos oceânicos em recursos minerais, mas a sua exploração sempre foi demasiado custosa. Duas questões vieram mudar esta postura: por um lado, o avanço tecnológico permite novos métodos de extracção de minério do fundo dos oceanos. Por outro, o consumo tecnológico da sociedade impõe maior procura por metais e os seus preços aumentam em consequência, tornando a exploração oceânica mais rentável.

Projecto pioneiro na exploração dos recursos minerais do oceano é o Solwara 1, da Canadiana Nautilus Minerals. Entretanto cancelado devido à falta de pagamentos prometidos pelo governo da Papua Nova-Guiné, o projecto pode ser encarado como exemplificativo de como se processarão as actividades mineiras no fundo dos oceanos no futuro.

Numa fase inicial, recorrem-se a ROV (Remotely Operated Vehicles), veículos comandados à distância, com sondas capazes de recolher amostras do solo marítimo.

O sistema de exploração industrial em si mesmo é constituído por três conjuntos distintos. Em primeiro lugar existem as chamadas SPT (Seafloor Production Tools), efectivamente duas escavadoras comandadas à distância que desagregam a rocha, deixando as lamas depositadas ao longo dos seus rastos, para serem colectadas por uma terceira máquina robótica, que aspira a lama e a reencaminha para a segunda componente da extracção, um sistema de elevação e transporte para a superfície.

Este sistema constituído por bombas e tubos rígidos está então conectado ao Navio de Apoio à Produção (Production Support Vessel-SPV) que procede à remoção da água das lamas e despeja os sólidos numa barcaça encostada ao seu flanco. A água extraída é bombeada de novo para o fundo do mar, fornecendo energia hidráulica às bombas e minimizando o impacto ambiental da mistura das águas frias profundas nas águas mais quentes da superfície.

Actualmente, 9 em cada 10 diamantes vendidos no mundo são obtidos através da exploração dos fundos oceânicos ao longo da costa da Namíbia. Mas isto é apenas o começo, e a corrida aos recursos minerais dos fundos marítimos pode estar prestes a começar.

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