Quando a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou o Plano de Acessibilidade Pedonal que de entre muitas medidas, prevê a retirada da calçada portuguesa por “motivos de segurança”, não deverá ter pensado muito numa das aplicações de uma actividade importante da economia portuguesa, a extracção de pedra. A extracção de pedra em Portugal assume uma razoável importância económica e por consequência social. Indústria geradora de riqueza e de emprego, a exploração das pedreiras portuguesas resultam na extracção de muita pedra. Uma parte considerável desta pedra extraída é, posteriormente, exportada. Sobretudo o mármore que parece recolher uma importante legião de fãs no Médio Oriente. A extracção de pedra é um processo de mineração. As pedreiras situam-se, maioritariamente, junto de serras e zonas rochosas. No entanto, este processo é a céu aberto porque, normalmente, não é necessário abrir grandes profundidades para extraír pedra. Os tipos de pedra mais comumente extraídos são o arenito, a ardósia, o calcário, o granito, o mármore, o basalto e a coquina. Estes tipos de pedra podem ser aplicados em diversas actividades. Os usos a dar a tanta pedra são inesgotáveis. Desde a construção civil a artes decorativas e pavimentos. Na verdade, a tão badalada calçada portuguesa que se pretende retirar é feita com calcário e basalto. As estátuas que erguemos em homenagem às nossas figuras também. Os quadros onde aprendemos a fazer contas de somar e a ler são feitos a partir da ardósia. As casas onde vivemos também têm pedra algures, seja como forma decorativa ou mesmo na própria estrutura.
Perigos da extracção de pedra
Extraír pedra é uma actividade que pode levantar alguns riscos para os trabalhadores. Os riscos vão um pouco para além de lhe caír um bloco de pedra na cabeça. Para além dos possíveis desprendimentos de pedra, a serração da pedra liberta muito pó de sílica que pode provocar silicose, uma grave doença pulmonar. O elevado ruído da actividade é também uma preocupação com que os trabalhadores têm que lidar, assim como a vibração da maquinaria que opera que pode provocar problemas vasculares, neurológicos, musculares ou arteriais. O calor a que os trabalhadores estão expostos pode causar desidratação. Há sempre o risco associado a quedas, ao manuseamento de material explosivo necessário à actividade, já para não contar com os acidentes gerais. Claro, que existe todo um protocolo de segurança e os trabalhadores tomarão as devidas precauções, mas ainda assim continua a ser uma actividade de risco.
E no fim?
As pedreiras apesar de não serem propriamente o pináculo da beleza, têm qualquer coisa que prende o olhar. Quando deixam de ser exploradas para mineração é comum encherem-se com água, tornando-se em lagos ou lagoas. No entanto, há excepções como a Ópera de Arame. Em Coritiba, no Brasil, uma antiga pedreira chamada Parque das Pedreiras deu origem a uma atracção turística que engloba mesmo um teatro. Há outros exemplos como um Hotel em Shangai ou um recinto para espectáculos ao ar livre também no Brasil.