As rolhas são produzidas através da cortiça que se extrai do sobreiro. Usadas para vários fins durante vários anos, as rolhas de cortiça continuam a não ter um substituto à altura.
Extração da cortiça
A cortiça não é mais do que a casca do sobreiro que é extraída a cada nove anos, entre os meses de Maio e Agosto. A matéria-prima das rolhas, a cortiça, é retirada em forma de pranchas e onde para cada sobreiro é possível extrair uma média de 50 kg de cortiça.
São as pranchas mais finas que servem para a produção de rolhas chamadas de rolhas técnicas. As pranchas de cortiça de melhor qualidade, mais grossas e menos rugosas, depois de repousarem meio ano e de serem submetidas a vários tratamentos, dão origem ás rolhas naturais, usadas nos melhores vinhos.
Características da cortiça
A cortiça é formada por células de suberina, preenchidas com um gás semelhante ao ar, que faz com que a cortiça tenha características únicas, como:
- leve;
- fácil de comprimir;
- impermeável a líquidos e gases;
- isolante de umidade e som.
Apesar da cortiça ser das matérias-primas mais versáteis, cada sobreiro demora 25 anos até poder ser descortiçado pela primeira vez e só a partir do terceiro descortiçamento a cortiça tem a qualidade exigida para a produção de rolhas.
As duas primeiras extrações resultam em matéria-prima para isolamento, pavimentos e outros fins. Isto significa que, para produzir cortiça de qualidade para rolhas, cada sobreiro necessita de mais de 40 anos.
Como se fazem rolhas
Após o período de repouso, as pranchas são separadas. Algumas pranchas de cortiça permitem a extração de rolhas inteiras, outras são usadas para rolhas feitas a partir de várias pranchas.
A cortiça do primeiro e segundo descortiçamento, sem qualidade para a produção de rolhas e a que é extraída da base do sobreiro, será triturada e dará origem a outros produtos para a construção, a aeronáutica, a moda e o design.
As rolhas naturais
As pranchas destinadas às rolhas naturais são cortadas em tiras e perfuradas com uma broca extraindo-se as rolhas cilíndricas. Cada cilindro é uma rolha inteira, resultante de um processo manual ou semiautomático de grande precisão.
Posteriormente, as rolhas são separadas mecanicamente e fotografadas por computador que as classificam com base na qualidade visual. Muitos dos subprodutos desta fase são aproveitados para o fabrico de granulado de cortiça e utilizados nas chamadas rolhas técnicas. Apenas cerca de 25% da cortiça se destina ao fabrico das rolhas naturais.
Cada lote de rolhas que é produzido é submetido a análises rigorosas para garantir a qualidade.
Na fase final, as rolhas naturais são polidas e lavadas numa solução aquosa de peróxido de hidrogênio, secas em fornos industriais e estabilizadas, de forma a evitar contaminações microbianas.
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