Nas refinaria produzem-se, pois claro, produtos refinados. O que talvez não saiba ainda é que a gama e a qualidade destes produtos depende dos tipos de crude utilizados como matéria-prima e das estruturas instaladas nas refinarias.
Como tudo começa
O processo nas refinarias começa com o aquecimento do petróleo bruto. Os vapores que se vão formando sobem por uma coluna de fraccionamento, equipada com compartimentos a diferentes alturas. Os componentes mais voláteis e com baixo ponto de ebulição sobem ao topo dessa coluna, ao passo que nas camadas mais baixas ficam os componentes com ponto de ebulição mais elevado. Esta técnica, de separação física das fracções, é também designada de destilação fraccionada e é o ponto de partida para o processo de refinação do petróleo.
Configuração das refinarias
A configuração de certas refinarias, em particular na América do Norte, é tipicamente orientada para a produção de produtos destilados leves, como a gasolina, enquanto que a configuração das refinarias na maioria das outras regiões, como é o caso da Europa, é tipicamente orientada para a produção de produtos destilados médios, como o gasóleo e o jet fuel.
Existem, por outro lado, refinarias configuradas para a produção de outros produtos especializados, tais como óleos base, naftenos e betumes.
É importante, então, esclarecer que os crudes leves geram quantidades mais elevadas de produtos refinados de maior valor, tais como gasolina, jet fuel e gasóleo. Já os crudes mais pesados produzem maiores quantidades de produtos de menor valor, como os fuelóleos.
Categorias das refinarias
As refinarias podem, regra geral, ser divididas em duas categorias principais: refinarias simples de hydroskimming e refinarias complexas. As refinarias simples de hydroskimming executam principalmente o processo de destilação, enquanto que as refinarias complexas desenvolvem duas funções adicionais: conversão das frações de hidrocarbonetos produzidas no processo de destilação do crude noutros produtos e o tratamento de produtos intermédios para se obterem produtos de maior valor. Deste modo, as refinarias simples produzem produtos petrolíferos de menor valor do que os das refinarias complexas, para uma mesma gama de crudes.
A configuração das refinarias complexas é orientada para a maximização, quer da produção de gasolina (cracking catalítico), quer de produtos destilados intermédios (hydrocracking). Além disso, estas refinarias utilizam várias capacidades secundárias de processamento para a beneficiação dos resíduos de vácuo.
As refinarias configuradas para possuírem uma grande capacidade de conversão e dessulfuração conseguem obter rendimentos mais elevados nos produtos refinados de maior valor, já que processam crudes mais pesados do que as refinarias com capacidade inferior de conversão e dessulfuração.
Complexidade
A complexidade de uma refinaria refere-se, portanto, à respectiva capacidade de processar matéria-prima, como crudes mais pesados e com maior teor de enxofre, em produtos com valor acrescentado. Tipicamente, quanto maior a complexidade, mais flexível a gama de crudes que a refinaria consegue processar e mais bem posicionada está para tirar partido dos crudes com custos mais baixos, o que resulta num incremento das margens de refinação.