E se a produção de carvão limpo fosse a chave para lutar contra as alterações climatéricas? A responder afirmativamente a esta questão está o director de uma empresa de energia anglo-australiana, tal como refere o site Jornal i, referindo que os dois principais desafios do mundo nesta área passam por combater as alterações climatéricas e responder à procura energética mundial.
O desafio para todo o planeta é urgente: investir na investigação do carvão limpo como a chave para o futuro
Tornar mais limpo o carvão é a chave para o futuro e investir no desenvolvimento de tecnologias que captem e armazenem carbono é absolutamente urgente e necessário.
O carvão é barato e abundante, tendo sido desde sempre utilizado como fonte de energia – trata-se de um combustível fóssil muito importante na produção de aço e de electricidade. Estima-se que as reservas mundiais de carvão sejam suficientes para 150 anos de consumo. Não obstante, o carvão é, sem dúvida, a fonte que mais emite dióxido de carbono (CO2) – quer pelas substâncias que o compõem, quer pelo controlo pouco eficiente das centrais que o usam.
A título de curiosidade refira-se que em 2005 o carvão emitiu mais toneladas de CO2 do que o petróleo: cerca de 10,980 bilhões contra 10,716 bilhões. E forneceu apenas 25,3% de energia primária mundial contra 35% da gerada pelo petróleo. Ao que parece o carvão limpo é, de facto, a chave do futuro.
A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que o consumo mundial de carvão, mantidas as políticas energéticas actuais, possa aumentar 70% até 2030 – o que, do ponto de vista ambiental, é devastador.
Optimistas e pessimistas: várias perspectivas para um só problema – os malefícios do carvão que se quer limpo
A verdade é que carvão queimado pelas usinas liberta dióxido de enxofre – a principal causa da chuva ácida -, óxidos de nitrogénio -na origem da chuva ácida e da poluição – e CO2 que produz o efeito estufa e é o principal suspeito do aquecimento global.
Para os pessimistas, o problema não se resolve em pouco tempo. Já os optimistas acreditam poder limitar o impacto da queima do carvão sobre o meio ambiente e o clima – muito embora saibam que os procedimentos necessários para isso não estarão prontos antes de, no mínimo, dez anos. Considerar o carvão limpo implica resolver várias questões.
Tanto na Austrália como nos Estados Unidos, Europa, Índia e China se continua a usar carvão. Em 2007 um estudo da Worlwide Fund for Nature (WWF) concluiu que as 30 centrais europeias mais poluentes em termos de CO2 usam este combustível. Na União Europeia está prevista a construção de quatro grandes centrais, 1000 megawatts por ano, durante 30 anos. Valha-nos a certeza de que a partir de 2020 as regras antipoluição serão rigorosas. Por esta altura falar-se-á apenas em carvão limpo?