Com planícies a perder de vista, a cidade de Estremoz, situada no coração do Alto Alentejo, é frequentemente associada à exploração e extração do mármore, uma pedra muito utilizada para revestir paredes ou para cobrir o pavimento.
Com séculos de história, por terras alentejanas o mármore é uma pedra reconhecida por miúdos e graúdos. Mas nem só Estremoz tem grandes pedreiras. As localidades vizinhas de Borba e Vila Viçosa também surgem associadas à exploração deste material, utilizado na construção civil.
Outra região portuguesa muito associada à exploração desta pedra é a serra de d”Aires de Candeeiros, localizada entre o Ribatejo e a região Oeste.
Antes de se iniciar a exploração das pedreiras, é necessário fazer uma longa investigação na zona envolvente, para avaliar a qualidade e a quantidade do produto que ali se encontra.
Impactos ambientais causados pelas pedreiras
As pedreiras degradam toda a área envolvente, provocando um grande impacto ambiental. Estas afetam a biodiversidade e o ecossistema. A maior parte das pedreiras localizam-se em zonas de grande valor ecológico. No Alentejo, as cidades de Estremoz e Borba, assim como a vila de Vila Viçosa têm um grande valor histórico, sendo que, nesta última existe um magnifico Paço Ducal, o qual foi residência oficial dos duques de Bragança durante vários séculos.
Por sua vez, a serra d”Aires e Candeeiros localiza-se num parque natural e as pedreiras existentes não só degradam a paisagem, mas também têm um grande impacto a nível geológico, não sendo possível avaliar os danos que estas já causaram.
A extração das rochas é muito importante para a economia local, para o sustento das populações residentes, mas também para a economia nacional, porque este é um material que ainda existe em abundância no nosso país, não sendo necessário recorrer à importação.
Qual a principal utilização do mármore?
Desde os tempos mais remotos que o mármore é utilizado na construção de colunas, monumentos e esculturas. Nos dias de hoje, esta pedra também é muito utilizada no interior das habitações.
A chuva e a poluição atmosférica modificam a cor da pedra ao longo dos anos, por isso, esta é mais recomendada para o interior das casas, embora também possa ser colocada na parte exterior.
O mármore é formado por carbonato de cálcio e outros componentes diferenciados, o que faz com que esta rocha tenha cores distintas e uma textura diversa. Não existem duas pedras iguais, mesmo que semelhantes, cada uma tem as suas próprias características. As cores das pedras variam do branco ao preto, passando pelos tons de verde, vermelho e amarelo.
Um produto à conquista do mundo
O mármore extraído nas pedreiras de Estremoz é exportado para os cinco continentes, apesar de, o sector não sair imune à crise que assola o nosso país. Nos últimos dez anos esta pedra tem vindo a perder terreno para materiais idênticos, mas com preços mais acessíveis.
As pedras exploradas no parque natural da serra d”Aires e Candeeiros são exportadas, essencialmente, para a China e existem previsões que o produto remetido para este país asiático venha a aumentar. Atualmente, mais de metade do mármore extraído na serra já é enviado para a Ásia. A pedra extraída no Alentejo também tem como destino final a China.