A evolução da tecnologia em união com o aumento da complexidade das necessidades da sociedade fez com que o ritmo de delapidação dos recursos naturais do planeta crescesse perigosamente. Hoje sabe-se que tem que haver moderações e busca por novas alternativas.
Numa área tão importante para a vida humana como a dos transportes, tornou-se urgente e emergente buscar tipos de combustível alternativos que possam assegurar uma mobilidade mais limpa para o ambiente e igualmente eficaz de acordo com os parâmetros e necessidades das demais pessoas. Muitas alternativas têm sido exploradas, algumas testadas e com algum sucesso até, mas ainda há um longo percurso a fazer de forma a torná-las mais apelativas e “standardizadas” para o uso da população em geral. No fundo, torná-las “mainstream”.
Uma das grandes esperanças no âmbito das fontes alternativas de energia capazes de assegurar a mobilidade é o hidrogénio líquido. O hidrogénio é um composto existente de forma abundante na natureza. Da sua combustão apenas resulta energia e água, sendo por isso uma reacção geradora de energia limpa. No entanto, não podia ser tudo perfeito.
O hidrogénio não existe na natureza na sua forma pura. Por outras palavras, existe hidrogénio em abundância mas está sempre associado a outro elemento. Como tal, para se extraír o hidrogénio é necessário separá-lo de outro composto e isso implica uma “injecção” de energia, “energia suja”. Basicamente, teremos sempre que usar “energia suja” para ter “energia limpa”.
E esse é o grande problema que impede o progresso na utilização do hidrogénio líquido como combustível nos meios de transporte, pois levanta questões ecológicas e económicas significativas. Levantam-se outras questões importantes quanto à utilização deste combustível relacionadas com o armazenamento e respectivas condições. Para se ter uma ideia, os reservatórios de hidrogénio líquido podem ser até 30 vezes mais pesados e até 10 vezes maiores que um tanque com a mesma quantidade de gasolina. Há empresas como a BMW que têm projectos que estudam como contornar estas situações, mas tudo indica que ainda não está para breve a solução que permita olhar para o hidrogénio líquido como uma solução mais global para o problema dos combustíveis.
Actualmente o hidrogénio líquido é usado sobretudo na indústria aeroespacial como propulsor dos foguetões. A quantidade usada e a necessidade de uma enorme quantidade de energia necessária para o processo, faz com que para este sector, o hidrogénio líquido seja a solução adequada.
Com a evolução esperada neste sector nos próximos tempos, com a multiplicidade de missões espaciais que se espera virem a ser realizadas num futuro próximo e o início do turismo espacial, o hidrogénio líquido tornar-se-á ainda mais importante. Esse aumento da sua utilização poderá levar à descoberta para a solução dos problemas que impedem a utilização rentável em outros meios de transporte.