Refinação: o processo
A refinação em Portugal, como em qualquer outro país, tem como função essencial decompor o petróleo em diferentes subprodutos, como gasolina, diesel e querosene. Para isso, ela recebe o petróleo – na forma do chamado óleo cru – das plataformas de extracção submetendo-o a diversos processos químicos. O primeiro, e mais importante desses processos, é a destilação que ocorre dentro de uma grande torre onde o petróleo é aquecido a altas temperaturas, evapora, e, quando volta à forma líquida novamente, já tem boa parte de seus principais subprodutos separados.
Refinação em Portugal
A refinação em Portugal tem vindo a focar as actividades de desenvolvimento tecnológico e suporte técnico especializado na maximização da margem operativa, garantindo os elevados standards de qualidade de produto e sustentabilidade – sempre assegurando o cumprimento dos requisitos ambientais e promovendo a poupança energética e incrementando a contribuição de biocombustíveis nos carburantes.
Os esforços das refinarias portuguesas
A refinação em Portugal tem vindo a desenvolver-se levando em consideração os esforços de:
- optimização dos processos instalados nas refinarias para produzir combustíveis com maior eficiência e menor impacto ambiental;
- dedicação crescente a actividades que potenciam a melhoria da eficiência energética, o suporte tecnológico, a melhoria contínua de ferramentas de planificação e programação, assim como a melhoria dos sistemas de controlo avançado através do desenvolvimento e actualização de modelos rigorosos de processo;
- minimização das emissões fugitivas de compostos orgânicos voláteis;
- desenvolvimento de novos processos, e melhoria dos existentes, que permitam adaptar os esquemas de refinação às exigências do mercado nacional de carburantes.
As refinarias de Sines e do Porto
O aparelho de refinação em Portugal é constituído pelas refinarias de Sines e do Porto, as quais asseguram cerca de 88% das necessidades de combustíveis petrolíferos do país. A sua capacidade de armazenagem assegura também grande parte das reservas nacionais. Ao nível da península ibérica, as duas refinarias representam cerca de 21% da capacidade de refinação (14,5 milhões de toneladas/ano de capacidade de destilação).
A refinaria de Sines dispõe duma capacidade de destilação instalada de 10,4 Mt/ano e duma configuração processual orientada para a maximização da produção de gasolinas a partir da matéria prima dispondo, para isso, de meios de conversão catalítica de destilados muito pesados – Unidade FCC (Fluidic Catalytic Cracking). Esta aptidão processual permite reduzir a produção de fuelóleo e acrescenta mais valor à produção de produtos refinados por tonelada de petróleo bruto tratada.
A refinaria do Porto dispõe duma capacidade de destilação instalada de 4,5 Mt/ano e a sua configuração processual privilegia a produção simultânea de combustíveis, óleos base, lubrificantes, produtos aromáticos de base para a indústria petroquímica “petrochemical feedstocks”, solventes industriais e ceras de petróleo.
Em jeito de conclusão pode dizer-se que na área da refinação em Portugal, de petróleo e dos seus produtos derivados, o conhecimento tecnológico aplica-se à optimização operativa das refinarias e à melhoria da qualidade dos seus produtos – com especial atenção aos avanços na eficiência energética e nos aspectos ambientais.