O anticlinal de Estremoz é um dos principais centros mundiais de extracção de mármores para fins ornamentais e localiza-se no sector setentrional da Zona de Ossa – Morena (ZOM), em Portugal, 150 quilómetros a Leste de Lisboa, a partir de onde se faz o acesso através da auto-estrada.
Quais os principais núcleos de exploração?
No Anticlinal de Estremoz, os mármores existentes apresentam-se intercalados entre os metadolomitos, na base (metadolomias), e os metavulcanitos e xistos negros, no topo. No flanco NE do Anticlinal os mármores apresentam-se pouco dobrados com orientação NW SE, inclinando 70º a 80ª para NE, possuindo uma espessura de cerca de 150 m.
No flanco SW, as camadas possuem orientações e inclinações bastante variáveis predominando, no entanto, as orientações NW-SE e as inclinações de 35 a 50º para SW. Neste flanco do Anticlinal de Estremoz a espessura máxima da camada de mármores apresenta-se bastante variável:
- Mármores cinzentos e por vezes escuros (mármore azul e ruivina);
- Mármores claros, cremes e róseos limpos ou de vergada fina castanha e acinzentada;
- Mármores claros com vergada, róseos e creme com vergada xistenta espessa.
Pedreiras profundas
No Anticlinal de Estremoz existem cerca de 200 pedreiras em actividade para um total de, aproximadamente, 370 cortas existentes e estas unidades extractivas espalham-se pelos vários núcleos de exploração. A maioria das pedreiras tem uma profundidade entre os 15 e os 50 m, existindo no entanto explorações com profundidades mais elevadas, possuindo a mais profunda cerca de 110 m.
Expansão, desenvolvimento e declínio
A exploração de mármores no Anticlinal de Estremoz passou por um período de expansão e desenvolvimento durante a década de 1980, verificando-se o oposto em 1990. terá havido um estrangulamento de produção em apenas uma década, comprovado pelos dados estatísticos da produção de mármores em Portugal, tem impedido o desenvolvimento do sector justificado pelas exigências do mercado, as exigências ambientais – que só recentemente começaram a trazer constrangimentos às explorações – e factores externos, tais como a Guerra no Golfo (em1991), entre outros.
O que condiciona a exploração de mármores no Alentejo?
A exploração de mármores no Alentejo, e no Anticlinal de Estremoz, apresenta alguns problemas relacionados com a complexidade geológica que condiciona, em alguns casos, as explorações, podendo mesmo conduzir ao seu abandono. São apontados os seguintes condicionalismos de origem geológica:
- Compartimentação por falhas e fracturação – a compartimentação do maciço por falhas ocorre ao longo de toda a estrutura, aparecendo preenchida por filões doleríticos. É igualmente observável uma diminuição da fracturação em profundidade embora esta não se possa considerar geral para todo o maciço no Anticlinal de Estremoz, pois varia de local para local;
- Dolomitização secundária – a dolomitização secundária é responsável pela transformação de mármores num dolomito cavernoso secundário sem aptidão ornamental (vulgo olho de mocho).
- Carsificação – o aparecimento do carso nas explorações é relativamente frequente, sobretudo em Borba e em algumas zonas da Lagoa.
Foram surgindo, entretanto, com a evolução da lavra, outras condicionantes à exploração no Anticlinal de Estremoz. Resultam, essencialmente, do facto de em reduzidas áreas de corta se terem atingido elevadas profundidades – o que tem conduzido à degradação do recurso por concentração de tensões junto dos taludes, acabando por induzir fracturação nos mármores.
Medidas para melhoria da exploração no Anticlinal de Estremoz
- Alargamento da área das cortas, através da junção de explorações contíguas, e definição dos degraus nos taludes;
- Adopção de novos métodos de desmonte como, por exemplo, o método de exploração subterrânea, nos casos em que o alargamento não é possível.