Nem sempre a lavra subterrânea foi o método utilizado no Anticlinal de Estremoz, Borba – Vila viçosa. A exploração de mármores foi, até 1997, realizada unicamente a partir de pedreiras a céu aberto, altura em que se inicia a primeira exploração subterrânea a partir de uma delas.
Novos desafios ambientais e políticos
A exploração de mármores no Anticlinal de Estremoz começou a enfrentar novos desafios, nomeadamente relacionados com as exigências ambientais e com as políticas de ordenamento. Isto aliado ao facto das jazidas de boa qualidade aflorantes serem cada vez mais escassas e as que existem encontram-se por baixo de unidades litológicas com pouco ou nenhum valor ornamental, ou de infra-estruturas industriais (instalações, escombreiras, e outros).
Assim, e apesar da quase totalidade das pedreiras actuais serem a céu aberto, dadas as características aflorantes da jazida, urge encontrar novas soluções para a exploração de mármores: a lavra subterrânea.
A lavra subterrânea
A exploração subterrânea assume-se como uma alternativa a considerar para viabilizar as zonas que de outro modo não seriam possíveis de explorar. Também é verdade que os preços de venda do produto que se praticam actualmente não permitem pensar em realizar a lavra subterrânea em recursos de menor qualidade.
A este facto está também associada a elevada fracturação da jazida em algumas zonas, que traria certamente problemas de estabilidade à exploração subterrânea.
Mesmo assim haverá certamente um campo de aplicação vasto para este método de lavra subterrânea, que possibilitará o incremento de receitas mesmo a partir da exploração de mármores a céu aberto em actividade.
Isto pode permitir fazer face ao exigente mercado que dificilmente viabilizará o alargamento das explorações com espessuras elevadas de recobrimento (mais de 20 m) de material de fraca qualidade ornamental, como acontece em várias pedreiras do Anticlinal de Estremoz.
Especificidades do Anticlinal de Estremoz
- Relevo plano que não permite realizar explorações em flanco de encosta (como em Carrara, Itália);
- Presença de tensões acumuladas em dobras que podem conduzir a elevados graus de fracturação quando desconfinadas pelas cavidades das explorações, o que dificulta também as operações de corte e obviamente a obtenção de rendimentos variáveis em bloco.
Devido às razões anteriormente mencionadas, e à falta de conhecimento e experiência acumulada, dado o estado inicial da lavra subterrânea no Anticlinal de Estremoz, os projectos de engenharia para exploração subterrânea de mármore devem atender a estas situações, com vista a evitar o descrédito deste novo método de lavra subterrânea.
Exploração subterrânea no Anticlinal de Estremoz
No caso do Anticlinal de Estremoz, as situações que poderiam justificar o início da exploração subterrânea, lavra subterrânea, prendem-se fundamentalmente com os seguintes aspectos:
- Existência de zonas com material de excelente qualidade sob elevadas coberturas de material estéril (solos e mármore de fraca aptidão ornamental);
- Áreas licenciadas de reduzidas dimensões o que inviabiliza o alargamento da pedreira e a remoção das camadas superficiais sem interesse comercial;
- Alguma pressão ambiental relativamente aos impactes na paisagem, causados pelas cortas e principalmente pelas escombreiras.