As impurezas das rochas calcárias merecem toda a atenção e examinação económica para se aferir a qualidade das rochas. Bastante variáveis em termos de tipologia, e também em quantidade, podem constituir uma limitação à exploração rendível do calcário, sobretudo se se destinar a uma utilidade nobre como, por exemplo, a ornamentação.
Sabe qual é, das impurezas das rochas calcárias, a mais assídua e comum em todas as regiões de exploração? A argila, pelos argilominerais.
Os argilominerais, impurezas das rochas calcárias, são constituídas por caulinita, ilita, clorita, smectita e outros tipos micáceos. Estes podem estar disseminados por toda a rocha ou, também, concentrados em finos leitos no seu interior. Neste preciso contexto a alumina, em combinação com a sílica, pode ser encontrada nos calcários sob a forma de argilominerais.
Atenção! Outros aluminossilicatos, nomeadamente em forma de feldspato e mica.
Como actuam as argilas?
Quando existem em quantidade considerável, as argilas convertem um calcário de alto cálcio em marga (rocha argilosa). Quando calcinado, este tipo de calcário produz cal com propriedades hidráulicas.
Muito importante: os calcários que contêm entre 5 a 10% de material argiloso produzem cal fracamente hidráulica; se tiverem uma contaminação entre 15 a 30%, resultam numa cal altamente hidráulica!
Existem, no entanto, outras impurezas das rochas calcárias, silicosas, que não são argilominerais, e que comprometem o aproveitamento económico do calcário. É exemplo a sílica, que aparece em forma de areia, fragmentos de quartzo e, em estado combinado, como feldspato, mica, talco e serpentinito. Todas produzem efeitos nocivos ao calcário.
Saiba que os calcários para fins metalúrgicos e químicos devem conter menos do que 1% de alumina e 2% de sílica.
Mais impurezas das rochas calcárias
Também os compostos de enxofre e fósforo (sulfetos, sulfatos e fosfatos) são impurezas prejudiciais aos calcários. Nas indústrias metalúrgicas exigem-se calcários puros, regra geral para serem utilizados como fluxantes, e os teores de enxofre e fósforo não devem ultrapassar os valores de, respectivamente, 0,03 e 0,02%.
Os compostos de ferro no calcário são igualmente prejudiciais à sua aplicação com variadas aplicações industriais como, por exemplo, cerâmicas, tintas, papel, plásticos, borracha, etc.
No entanto, na obtenção de cal, raramente estas impurezas são prejudiciais – desde que não exista a exigência de um produto final
muito puro.
Os compostos de ferro aparecem, geralmente, sob a forma de limonita (hidróxido férrico) e pirita. Podem aparecer também sob a forma de Hematita e marcasita no calcário – mas são formas atípicas!
Raramente encontrados nos calcários são os compostos de sódio e de potássio. Quando marcam presença em pequenas quantidades, dão facilmente eliminados durante a operação de queima do calcário.
Mas atenção! Esta eliminação só é válida quando a rocha, no seu processamento, tem a etapa da calcinação – como é exemplo a obtenção de cal.