O mercado mundial de minérios está fortemente concentrado nos países da América Latina, de acordo com o site gazeta Russa. Além disso, estes países possuem um potencial económico gigantesco em termos de consumo e de PIB (produto interno bruto).
Uma potência no mercado mundial de minérios: a América Latina
A América Latina é uma potência no mercado mundial de minérios: 47% de prata, 41% de bauxita, 27% de estanho e 22% de zinco mundiais são extraídos dos países deste continente. Sabe-se que esta região possui ainda 18% das reservas mundiais comprovadas de petróleo e é, igualmente, responsável por 9% da produção mundial total de grãos, 52% de soja, 30% de carne bovina e 24% de aves.
Como é que a opinião pública Russa vê este fenómeno? De uma forma geral os cidadãos russos estão satisfeitos com o desenvolvimento da cooperação entre a Rússia e a América Latina. Tal como se pode verificar com o estudo da Fundação “Obschestvenoe Mnenie” (FOM): 62% dos habitantes do país acreditam que a Rússia tem boas relações com os países latino-americanos; já 16% acreditam que as relações não são amigáveis e 22% ficaram indecisos na tomada de posição. Tal poderá estar relacionado com a recente visita do presidente Vladimir Putin à região.
Interessante é mesmo saber que a maioria dos russos acredita que país tem boas relações com a potência no mercado mundial de minérios, América Latina. Tem vindo a verificar-se uma certa tendência de Moscou em reforçar as relações de política externa com a América Latina e a visita de Putin demonstrou que a Rússia agora pretende também diversificar suas relações económicas com os países da região – principalmente agora que EUA e União Europeia impuseram sanções contra o país.
Entre a Rússia e a América Latina as relações políticas são mais fortes do que as económicas, já que estas últimas não seguem os padrões internacionais. A base de fornecimento de produtos russos à América Latina é essencialmente composta, no mercado mundial de minérios, por fertilizantes minerais, minérios e alguns produtos técnico-militares.
No que às importações russas diz respeito, estas são limitadas a produtos agrícolas, cujos preços estão sujeitos à flutuação da demanda e das conjunturas socioeconómicas. Ademais, os contactos nas áreas financeira, de investimentos e de cooperação técnico-científica são ainda bastante frágeis.
Visita de Putin a Cuba: tentar conquistar a América Latina
Putin quer reverter esta situação e conquistar aquela que é uma potência no mercado mundial de minérios. Para isso visitou Cuba, Argentina e Brasil, promovendo um amplo pacote de acordos de cooperação nas áreas de energia – inclusive nuclear–, aviação, telecomunicações, utilização do espaço exterior para fins pacíficos entre outros.
Conquistar a América Latina não é apenas uma aspiração da Rússia: a China já é considerada na região o maior investidor e parceiro comercial e em volume de negócios a China já ultrapassou os Estados Unidos em relação ao Brasil, ao Chile e ao Peru.
Petróleo, gás e outros minerais constituem uma moeda de troca em Caracas com a China e como mercado mundial de minérios a América Latina é, de facto, imbatível.